A MINERADORA CANADENSE Sigma Lithium costuma se dizer “honrada” com suas operações de lítio no norte de Minas Gerais. A empresa afirma desenvolver uma extração verde “quíntuplo zero”, que eliminaria meia dezena de impactos ao meio ambiente
Além de funcionar como diferencial de marketing, a narrativa permite à empresa cobrar preços mais altos no mercado de lítio, minério fundamental para componentes de alta tecnologia, como baterias, veículos elétricos e turbinas eólicas.
O que a Sigma não revela, no entanto, é que parte de suas emissões de poluentes foi compensada por meio de créditos de carbono investigados num esquema de desmatamento ilegal, grilagem de terras públicas, corrupção e outros crimes na Amazônia, alvo da PF (Polícia Federal).
Créditos de carbono são certificados que representam a remoção de gases de efeito estufa da atmosfera. Eles podem ser gerados por projetos de preservação da vegetação nativa, como os realizados por populações tradicionais, e comprados por empresas para compensar as emissões de empreendimentos com potencial poluidor, como o da Sigma.
Esses são os achados de uma investigação jornalística realizada pela Repórter Brasil e pelo CLIP (Centro Latinoamericano de Investigación Periodística), no âmbito do projeto “Lítio em Conflito”, que reuniu dez veículos da região para entender as controvérsias que cercam o negócio de lítio na América Latina. A investigação tem apoio do Rainforest Investigation Network, do Pulitzer Center.
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Sigma afirma ter saído do mercado de carbono, mas continua anunciando lítio ‘zero carbono’
Os cinco “zeros” da Sigma no Brasil referem-se às tecnologias que a empresa diz adotar para “estabelecer um novo padrão para a mineração”. Os quatro primeiros são “zero barragens de rejeitos”; “zero produtos tóxicos” gerados; “zero água potável” (pois 90% da água usada é tratada e recirculada); e “zero eletricidade inten
