Mulheres rurais enfrentam informalidade e desigualdade no campo

Criado há exatos 30 anos pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional das Mulheres Rurais é celebrado neste em 15 de outubro para destacar o papel essencial das trabalhadoras e garantir seus direitos.

Por ocasião da data, a ONU Mulheres emitiu uma declaração em que apela para uma ação mais ousada dos poderes constituídos para promover igualdade e empoderamento daquelas que vivem em áreas rurais.

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A instituição diz que o grupo impulsiona, há gerações, movimentos coletivos por mudança. E alerta para o número alto de mulheres que vivem em situação precária pelo mundo.

“Sua liderança continua a construir pontes entre a ação local e o progresso global, mesmo que as áreas rurais sejam as mais afetadas pela pobreza extrema e pela insegurança alimentar, impactando principalmente mulheres, jovens e povos indígenas. Se as tendências atuais continuarem, 351 milhões de mulheres e meninas ainda viverão em extrema pobreza até 2030”, alerta outro trecho da declaração.

No Brasil, as mulheres representam cerca de 30% da força de trabalho rural e comandam 20% dos empreendimentos rurais, segundo o último Censo Agropecuário de 2017. Ainda assim, quase metade (48%) não têm vínculo formal, o que as impede de acessar benefícios como licença-maternidade e aposentadoria.

Ainda segundo o censo, as mulheres ganham 20% menos que os homens em funções equivalentes e enfrentam dupla jornada de trabalho, acesso limitado a crédito e políticas públicas, além da exposição a agrotóxicos e da falta de infraestrutura básica nas propriedades.

“As mulheres rurais desempenham atividades essenciais, mas muitas vezes não têm seus direitos garantidos”, assegura a auditora-fiscal do Trabalho Alessandra Bambirra, e representante da Delegacia Sindical em Minas Gerais do Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais do Trabalho (DS-MG/Sinait).

“Valorizar o trabalho feminino no campo é essencial para garantir direitos, combater a informalidade e fortalecer o protagonismo econômico, social e político dessas mulheres que sustentam o campo

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