Marcha: livro mostra desafios de mulheres negras nas eleições

Dez mulheres negras que se candidataram a cargos políticos em 2024 e não foram eleitas compartilham a experiência de participar do pleito. Elas contam o que deu certo e pode ser replicado e discutem as dificuldades que encontraram junto aos partidos políticos e também após as eleições, já que muitas tiveram que usar os próprios recursos financeiros.

Andreia de Lima, Ayra Dias, Bárbara Bombom, Camila Moradia, Dani Nunes, Débora Amorim, Flávia Hellen, Joelma Andrade, Lana Larrá e Mayara Batista. Os aprendizados e memórias dessas mulheres estão reunidos no livro Rosas da Resistência: trajetórias e aprendizados de mulheres negras não eleitas, que será lançado neste sábado (22), pelo Instituto Marielle Franco (IMF) e Fundação Rosa Luxemburgo, em Brasília.

Notícias relacionadas:Ativistas paraenses contam história da Marcha das Mulheres Negras.Brasília recebe Marcha das Mulheres Negras em 25 de novembro.Uma característica comum a essas mulheres, segundo a gerente de programas do IMF, Dandara de Paula, é a conexão que possuem com o território onde vivem e com as comunidades às quais pertencem. Todas elas, destaca Dandara, são reconhecidas lideranças locais.

“O que o livro aponta é que essa conexão delas com o território é histórica, muito anterior à eleição e fez com que elas conseguissem pensar em pautas e projetos que de fato dialogassem com as necessidades do território, com a população que elas estavam em contato, defendendo e buscando representar”, diz.

E acrescenta: “Com a não eleição, elas tiveram para onde voltar. Elas tiveram uma comunidade que as abraçou, porque elas são pertencentes dali, são figuras constantes para as pessoas da daquele território específico”.

Outro aspecto comum foi a dificuldade de encontrar apoio junto aos partidos políticos e de acessar o fundo eleitoral. Após a proibição de doações de pessoas jurídicas para as campanhas, esse fundo tornou-se uma das principais fontes de receita para que os partidos realizem as campanhas eleitorais de seus candidatos. Ele é constituído por dotações orçamentárias da União. Mas, nem todos os candidatos acessam os recursos da mesma forma.

“Todas passaram pela dificuldade de acessar o fundo eleitoral, cada uma por dificuldade diferente. Para algumas o recurso chegou tarde demais, outras enfrentaram divergências internas no partido, mas todas elas tiveram essa dificuldade em relação à legenda que elas escolheram”, diz Dandara.

Um relatório divulgado em 2024 pelo Instituto de Estudos Socioecon

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