Um relatório que da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) aponta que as ameaças e restrições ao pleno exercício do jornalismo crítico e independente se intensificaram nos últimos meses, em quase todo o continente.
Divulgado na última sexta-feira (17), o alerta sobre o que a entidade classifica como um processo de “deterioração da liberdade de imprensa” em países das Américas do Sul, Central e Norte sustenta que “a escalada das pressões” contra jornalistas e veículos de imprensa ocorrem em diferentes países, ameaçando pilares básicos da democracia, como as liberdades de imprensa e de expressão e o direito dos cidadãos receberem informações fidedignas.
Notícias relacionadas:Brasil sobe 47 posições em ranking de liberdade de imprensa.Pentágono exige que jornalistas submetam reportagens à sua aprovação.Trump ameaça cancelar licenças de TVs e rádios que criticam governo .“O desafio mais complexo que enfrentamos hoje é o da desinformação”, afirmou o presidente da SIP, o salvadorenho José Roberto Dutriz, durante a abertura da 81ª Assembleia Geral da entidade, realizada em Punta Cana, na República Dominicana.
“Em um ecossistema midiático saturado por redes sociais, algoritmos opacos e pela irrupção vertiginosa da inteligência artificial generativa, a mentira viaja mais rápido que os fatos. E a manipulação [das informações] corrói a confiança social”, acrescentou Dutriz.
Segundo a SIP, a prática diária do jornalismo vem sendo limitada ou impedida em países americanos com diferentes contextos políticos e econômicos, independentemente da corrente ideológica à qual os governantes da vez são filiados.
Casos de assédio, violência, perseguição judicial, pressão econômica, controle digital e censura explícita se intensificaram, em diferentes graus, tanto na Argentina, do liberal presidente Javier Milei, quanto na Colômbia, do socialista Gustavo Petro, bem como no Canadá, Costa Rica, Cuba, El Salvador, Nicarágua, Peru, Venezuela, entre outras nações.
Estados Unidos
Embora aponte para uma deterioração geral, a SIP manifestou especial preocupação com a situação nos Estados Unidos, cujo presidente, Donald Trump, e seus seguidores, investem reiteradamente contra veículos de imprensa e jornalistas que criticam a atual gestão.
“Temos observado, com alarme, uma crescente deterioração do clima [de trabalho dos profissionais de] imprensa [nos EUA], historicamente considerados um farol para as liberdades democráticas”, comentou Dutriz, referindo-se a episódios recent
