DE BELÉM (PA) — O governo Lula vai assentar em dezembro ao menos parte das 5 mil famílias do maior acampamento sem-terra do país: o Terra e Liberdade, localizado em Parauapebas, no sudeste do Pará.
Em entrevista à Repórter Brasil durante a COP30, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou que o presidente Lula viajará no mês que vem para a região para anunciar um acordo entre o governo federal, a mineradora Vale e movimentos sociais.
O acampamento Terra e Liberdade abriga cerca de 5 mil famílias em uma área pública da União, próxima à Estrada de Ferro Carajás, operada pela Vale. “Daqui um mês, o presidente Lula vai entregar um grande acordo nosso com a Vale e os movimentos sociais para resolver parte daquele caldeirão de conflito agrário que tem na região de Parauapebas e Carajás”, disse o ministro.
Teixeira afirmou que a medida prevê “a criação de vários assentamentos na região”. Perguntado sobre mais detalhes, ele disse que não poderia adiantar informações, pois esvaziaria a agenda do presidente.
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O anúncio previsto para dezembro ocorrerá na região que há décadas é a mais conflituosa do país. Foi lá que, em 1996, a Polícia Militar matou 19 trabalhadores rurais sem-terra em Eldorado do Carajás, episódio que marcou a luta pela reforma agrária.
Hoje, a presença da Vale, que opera a maior mina de ferro do mundo em Carajás, mantém o território sob pressão: grandes áreas públicas foram cercadas por fazendas e projetos minerários, enquanto milhares de famílias continuam acampadas à espera de regularização.
O Terra e Liberdade nasceu nesse contexto, com ocupações organizadas em terras federais não destinadas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e pela Fetagri-PA (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado do Pará).
O acampamento ficou conhecido nacionalmente em 2023, quando um incêndio provocado por uma descarga
