No meio da Avenida Presidente Vargas, uma das principais do centro do Rio de Janeiro, o monumento em homenagem ao líder negro Zumbi dos Palmares amanheceu nesta quinta-feira (20) cercado de manifestações populares, como música e dança. O local é um dos pontos mais tradicionais da celebração do Dia da Consciência Negra.
Em meio às atrações e discursos de ativistas e personalidades do movimento negro, um enorme buffet vendia pratos da culinária afro-brasileira. O ponto de venda era uma expressão do que a empreendedora Carol Paixão chama de “economia preta”.
Notícias relacionadas:Ambiente de trabalho concentra 30% dos casos de racismo no país.Jovens identificam que racismo é marcador das desigualdades no DF.Igualdade racial ainda é cenário distante, avaliam ativistas negras.O conceito, também conhecido como black money (em inglês, dinheiro negro), consiste em um movimento socioeconômico de fazer o capital girar dentro da comunidade negra.
“É uma economia que bebe da africanidade”, diz a empreendedora à Agência Brasil.
“A gente está falando de uma economia que visa à população preta, que visa empregar mais pessoas pretas”, completa ela, em meio a pratos da África do Sul e Moçambique, além da feijoada brasileira.
Manifestações populares no centro do Rio de Janeiro no Dia da Consciência Negra. Na foto, Cortejo da Tia Ciata – Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Carol é responsável pelo Império Kush, estabelecimento no centro do Rio. O nome é referência a um antigo império africano. Ela explica que o conceito de black money também se estende à relação com outros empreendimentos.
“Quando a gente fecha parceria de prestação de serviço, a gente também visa que sejam todos pretos”, enfatiza.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pessoas pretas e pardas vivenciam mais o desemprego do que as brancas, além de receberem salários menores e trabalharem mais na informalidade.
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Dia da Consciência Negra no Rio de Janeiro
Reparação
À frente do busto gigante de Zumbi, o presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro (Cedine), Luiz Eduardo Oliveira, o Negrogun, aponta que a presença, ano após ano, no monumento no dia do feriado é um sinal de persistência.
“Nós temos que ter reparação já”, declarou à Agência Brasil, em referência aos danos causados por mais de 300
