Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
Leônidas Cristino: “Sempre foi um bioma invisível, mas extraordinariamente importante”
A Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados debateu os avanços e desafios para a proteção da Caatinga após as discussões da COP30, realizada em Belém (PA). Embora o bioma não tenha integrado a agenda oficial de negociações, o tema foi tratado pela primeira vez em eventos paralelos da conferência climática.
Representantes do governo federal e de entidades que participaram da COP30 destacaram que a inclusão da Caatinga nesses espaços amplia a visibilidade do bioma e abre caminho para futuras decisões internacionais.
A gerente de projeto da Assessoria Extraordinária para a COP30, Flavia Chuery, afirmou que foi realizado um painel específico sobre a Caatinga, que abordou a importância do bioma como sumidouro de carbono. Segundo ela, a ausência de consenso impede decisões formais, mas não reduz a relevância do debate.
“Nada foi definido, mas esse debate dentro do ecossistema da conferência é de extrema relevância”, afirmou.
Ela destacou ainda que, apesar das limitações da agenda oficial de negociação, outros espaços da conferência permitiram levar o tema ao debate público.
O deputado Leônidas Cristino (PDT-CE), que presidiu a reunião da comissão, afirmou que a COP30 representou uma oportunidade inédita para inserir a caatinga na agenda climática internacional.
“Sempre foi um bioma invisível, mas extraordinariamente importante para o meio ambiente brasileiro”, declarou.
Segundo o parlamentar, a Caatinga ocupa 70% da região Nordeste (veja infográfico abaixo) e contribui para reduzir os impactos da crise climática no país.
Vinicius Loures / Câmara dos Deputados
Flavia Chuery: debate na COP30 foi de extrema relevância
Financiamento
Durante a COP30, foram anunciados R$ 100 milhões em financiamentos para a recuperação da Caatinga. O Banco do Nordeste e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) destinaram R$ 50 milhões cada um.
O diretor do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente, Thiago Belote Silva, informou que será implantado um programa para restaurar 12 milhões de hectares, com áreas prioritárias para a reconstituição da Caatinga.
“Participei de mais de 30 eventos sobre restauração e conservação na COP. Em pelo menos metade deles, havia representantes da caatinga discutindo desafios e soluções”, disse.
Segundo ele, a conferência reforçou a integração entre compromissos internacionais rela
