A CPMI do INSS aprovou nesta quinta-feira (6) a acareação entre o advogado Eli Cohen e o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes. Cohen foi um dos primeiros a apontar as fraudes nos descontos associativos de aposentados. Já Antunes, conhecido como Careca do INSS, é acusado de ser um dos principais articuladores do esquema.
O pedido para a acareação (Requerimento 1.985/2025 — CPMI do INSS) foi apresentado pelo vice-presidente da comissão, deputado Duarte Júnior (PSB-MA).
Em uma acareação, duas pessoas com depoimentos conflitantes são confrontadas pessoalmente para que os investigadores possam questionar contradições e esclarecer fatos. Ainda não há data para os depoimentos. Tanto Cohen quanto Antunes já prestaram depoimento à CPMI, isoladamente.
As fraudes consistiram na falsificação de autorização de idosos para que se tornassem mensalistas de associações e sindicatos. Para isso, as entidades utilizavam irregularmente acordos com o INSS para descontar automaticamente as mensalidades das aposentadorias e pensões. A fraude é estimada pela Polícia Federal em R$ 6,3 bilhões, valor referente ao período de 2019 até 2024.
Prisão
Os parlamentares também aprovaram pedidos de prisão preventiva para quatro pessoas:
o economista Rubens Oliveira Costa, que chegou a ser preso em flagrante em setembro ao depor na CPMI. O relator, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), o acusou de “visível ocultação documental” e de atuar em empresas de Antunes (REQ 1.942/2025 – CPMI do INSS);
o empresário Felipe Macedo Gomes, ex-presidente da Amar Brasil Clube de Benefícios (ABCB), entidade acusada de receber recursos ilegais do esquema (REQ 2.275/2025 – CPMI do INSS);
o presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT), Vinícius Ramos da Cruz, acusado de participar das fraudes (REQ 2.515/2025 – CPMI do INSS);
o secretário da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), Silas da Costa Vaz. O presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), afirma que há indícios de que Vaz seria “laranja” dos beneficiários do esquema (REQ 2.516/2025 – CPMI do INSS);
Os passaportes de todos aqueles com prisão pedida pela CPMI podem ser retidos pela Justiça (REQ 2.184/2025 – CPMI do INSS).
Consignado
A comissão também receberá da Controladoria-Geral da União (CGU) informações sobre acordos firmados entre bancos e o INSS para permitir créditos consignados, outra frente de investigação da comissão parlamentar mista de inquérito (REQ 2.088/2025 – CPMI do