CPMI: 'alfaiate dos famosos' é apontado como possível elo de lavagem de dinheiro

Chamado para depor na condição de testemunha, o empresário João Carlos Camargo Júnior — conhecido como “alfaiate dos famosos” — compareceu nesta terça-feira (18) à CPMI do INSS munido de um habeas corpus e preferiu ficar calado, mas foi apontado pelos parlamentares como o possível “elo principal” utilizado para lavar recursos do esquema que desviou benefícios de aposentados e pensionistas.
Segundo o relator, deputado Alfredo Gaspar (União–AL), documentos oficiais mostram que a MKT Connection Group — empresa aberta por Camargo em 2022 — recebeu mais de R$ 31 milhões da Associação Amar Brasil, apontada como uma das envolvidas da fraude no INSS. O relator afirmou ainda que a Camargo Alfaiataria também teria recebido R$ 1,7 milhão da mesma entidade, sem comprovação dos serviços prestados.
Na avaliação de Alfredo Gaspar, João Carlos Camargo Júnior é o “elo principal” do que chamou de “organização criminosa”. Para ele, o empresário se estruturou num vínculo com as pessoas citadas na investigação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União. Entre essas pessoas que formam essa estrutura ele citou Américo Monte Júnior, Anderson Cordeiro de Vasconcelos, Felipe Macêdo Gomes, José Branco Garcia e Igor Dias Delecrode, que integrariam o núcleo empresarial que teria operado o esquema bilionário de descontos fraudulentos em benefícios previdenciários por meio de associações de fachada. O relator informou que vai solicitar ao Supremo Tribunal Federal a prisão do alfaiate. 
— Eu lamento que a Alfaiataria Camargo, tão famosa, tenha usado as suas contas com dinheiro sujo roubado de aposentados e pensionistas […]. Esse rapaz aqui é um profissional de sucesso, sujou a carreira, o futuro, pela ganância. Usou as suas contas para lavar dinheiro, para pegar dinheiro sujo. Infelizmente, essa é a realidade que nós temos visto na CPMI do INSS. Poderia ter usado a sua habilidade para fazer ternos, mas a habilidade dele foi, infelizmente, desviada para construir tramas criminosas no meio de organizações criminosas. 
Acusação que também foi reforçada pelo senador Sérgio Moro (União-PR). 
— Aqui ficou evidenciado que a Amar é uma dessas empresas envolvidas no roubo de aposentados e pensionistas, foi beneficiária de descontos fraudulentos feitos nos benefícios desses aposentados e pensionistas, e seguindo o fluxo de dinheiro chega a essa empresa em que o senhor é sócio. A indagação que fica, evidentemente, é que a sua empresa recebeu R$ 24 milhões, em princípio com suspeitas de la

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