Condenação da Volks por trabalho escravo é histórica, diz procurador

A Volkswagen foi condenada por exploração de trabalho análogo à escravidão em uma fazenda no Pará, entre as décadas de 70 e 80, em uma decisão considerada histórica pelo procurador do Ministério Público do Trabalho (MPT), Rafael Garcia. A sentença foi resultado de uma ação civil pública movida pelo MPT em dezembro de 2024, referente às condições degradantes enfrentadas por centenas de trabalhadores na Fazenda Vale do Rio Cristalino, também conhecida como Fazenda Volkswagen, em Santana do Araguaia. Os trabalhadores eram submetidos a vigilância armada, alojamentos precários, alimentação insuficiente e servidão por dívida. A multinacional deverá pagar R$ 165 milhões em indenização por dano moral coletivo, que será destinado ao Fundo Estadual de Promoção do Trabalho Digno e de Erradicação do Trabalho em Condições Análogas à de Escravo no Pará (Funtrad/PA). Garcia destacou que essa é a maior condenação por trabalho escravo contemporâneo na história do Brasil e ressaltou que as provas apresentadas foram baseadas em denúncias da Comissão Pastoral da Terra (CPT). Ele afirmou que a condenação reforça a ideia de que crimes dessa natureza não devem prescrever, evidenciando a gravidade da situação enfrentada pelos trabalhadores.

Fonte:Agência Brasil
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