CNI projeta crescimento do PIB de 1,8% em 2026

Após crescer 2,5% em 2025, a economia brasileira deve avançar 1,8% em 2026, segundo projeção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quarta-feira (10). As estimativas constam do Relatório Economia Brasileira 2025-2026, que aponta que o ritmo de atividade continuará pressionado pelo alto nível dos juros e pelo enfraquecimento do mercado de trabalho.

Juros elevados

Segundo a CNI, a taxa Selic encerrará 2026 em 12% ao ano, contra os 15% ao ano atuais. A inflação deve fechar o ano em 4,1%, dentro do intervalo da meta, de 3%, com banda de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Notícias relacionadas:Inflação que reajusta o salário mínimo fecha em 4,18%.Inflação de 0,18% em novembro faz IPCA voltar para meta do governo.Haddad diz que governo deverá registrar menor inflação da história.Os juros reais (diferença entre juros e inflação) estão estimados em 7,9% para o próximo ano. Acima da taxa neutra de juros de 5% ao ano, na avaliação da entidade, os juros continuam a limitar o investimento e o crescimento econômico.

Conforme a CNI, a combinação de crédito caro, demanda interna mais fraca e aumento das importações deve continuar afetando a indústria, especialmente a de transformação, que deve crescer apenas 0,5% no próximo ano, o pior desempenho entre os segmentos industriais.

O setor de serviços deve ser o principal motor da expansão econômica no próximo ano, com avanço de 1,9%, segundo o relatório.

Em entrevista coletiva, o presidente da CNI, Ricardo Alban, culpou os juros altos pela desaceleração econômica em 2026. Ele ressaltou que o crescimento de 1,8% no PIB será o menor em seis anos.

“Com juros nesse patamar, a economia vai desacelerar ainda mais, prejudicando todos os setores produtivos, em especial a indústria. É necessário que o Banco Central inicie o ciclo de cortes na Selic o quanto antes”, afirmou.

Construção deve reagir

Apesar das dificuldades, alguns setores têm perspectivas positivas. A construção deve avançar 2,5% em 2026. Segundo a CNI, o novo modelo de crédito imobiliário, o aumento do teto do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) e a ampliação de financiamentos para o Minha Casa, Minha Vida e para reformas de moradias de baixa renda devem impulsionar o setor, mesmo com os juros elevados.

A indústria extrativa deve crescer 1,6%, apoiada pelo forte volume de produção de petróleo e minério de ferro. Apesar da expansão, o crescimento representa forte desaceleração em relação a 2025, quando o segme

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