<![CDATA[A Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados realizou, nesta terça-feira (10), audiência pública para discutir os impactos do possível fim da escala 6×1 na jornada de trabalho no Brasil. O encontro, solicitado pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) e também assinado pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos, reuniu representantes do governo e de entidades do setor produtivo.O diretor da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e presidente em exercício da Fecomércio-SP, Ivo Dall’Acqua Junior, reafirmou a posição da entidade: mudanças na jornada devem ser fruto de convenções e acordos coletivos, respeitando a realidade de cada setor.Segundo Dall’Acqua, legislações rígidas e generalizadas podem fragilizar a autonomia sindical e gerar impactos relevantes, especialmente para micros e pequenas empresas. Ele demonstrou preocupação com o aumento automático do custo da folha salarial caso a jornada seja reduzida de 44 para 36 horas semanais, o que poderia elevar despesas em até 18% — percentual impossível de ser absorvido por muitos negócios.O representante da CNC lembrou ainda que diversos setores já praticam jornadas específicas, fruto de negociação coletiva, como é o caso da saúde com o modelo 12×36. “Romper esses arranjos pode gerar desequilíbrios, quebrar rotinas de funcionamento e aumentar custos operacionais”, afirmou.Produtividade e tendências internacionaisOutro ponto destacado foi a necessidade de considerar a baixa produtividade média brasileira, estagnada desde os anos 1980. Enquanto países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) registram produtividade por hora superior a US$ 60, no Brasil esse valor gira em torno de US$ 17.Dall’Acqua apresentou também um panorama internacional: embora muitos países tenham jornadas legais próximas a 40 horas, a jornada real, que é aquela resultante de negociações, costuma ser menor em nações com forte diálogo social. Na Alemanha, por exemplo, a média é de 34 horas; nos EUA, 38; e, no J