O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) realizou, na última quarta-feira (1º), um ato cultural em homenagem ao pianista Francisco Tenório Jr., que foi sequestrado e desaparecido durante a ditadura militar argentina em 1976. O evento, coordenado por Gilberto Gil e com a presença de outros artistas renomados, marca a identificação do corpo do músico, que foi reconhecido por meio de exames de impressões digitais. Tenório, um importante nome da música instrumental brasileira, estava em turnê na Argentina e Uruguai quando desapareceu. Sua história, que se entrelaça com a luta por memória e justiça na América Latina, foi reconhecida pelo Estado brasileiro e pela Argentina, que também assumiu a responsabilidade por sua ausência. O corpo do pianista foi enterrado como indigente em Buenos Aires, e sua identificação encerra um mistério de cinco décadas. O ato do BNDES não apenas celebra a vida de Tenório, mas também destaca a importância da memória e da verdade em relação às vítimas da repressão política na América Latina.
🔴 GOTA D’ÁGUA
A homenagem ao pianista Francisco Tenório Jr. revela um problema central: a necessidade de reconhecer e lembrar as vítimas da repressão política na América Latina. O desaparecimento de Tenório, que ocorreu durante a Operação Condor, é um lembrete sombrio das violações de direitos humanos que marcaram esse período. A falta de justiça e memória em relação a esses crimes ainda persiste, afetando as famílias das vítimas e a sociedade como um todo.
⚠️ INÉRCIA
Se nada mudar, a manutenção do status quo perpetuará a impunidade e o esquecimento em relação às atrocidades cometidas durante a ditadura militar. As famílias das vítimas continuarão a viver com a dor da ausência e a falta de respostas, enquanto a sociedade perderá a oportunidade de aprender com a história. Isso pode resultar em um ciclo de desconfiança nas instituições e na democracia, prejudicando a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
💡 CAMINHOS
Para enfrentar essa questão, é fundamental promover iniciativas de memória e verdade, como a criação de comissões de verdade e a implementação de políticas públicas que garantam a reparação às vítimas e suas famílias. O fortalecimento de instituições que atuam na defesa dos direitos humanos, como a Equipe Argentina de Antropologia Forense, deve ser priorizado. Além disso, a educação sobre os direitos humanos nas escolas pode ajudar a construir uma sociedade mais consciente e engajada na luta contra a impunidade.
Fonte:Agência Brasil