Banco Central propõe redução de prazos de liquidação financeira

O Banco Central do Brasil iniciou uma consulta pública para avaliar a possibilidade de reduzir os prazos de liquidação das operações financeiras no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB). A proposta, formalizada pela tomada de subsídios nº 125/2025, visa promover maior eficiência e solidez no sistema, alinhando o Brasil a práticas adotadas por países como Estados Unidos, China e Canadá. Atualmente, operações com ações e moedas estrangeiras são liquidadas em até dois dias úteis (D+2), enquanto ativos financeiros em geral seguem o prazo de D+1. A mudança para D+1 poderia reduzir riscos de crédito e liquidez, além de diminuir a necessidade de garantias. No entanto, a implementação exige maior eficiência nos processos de pós-negociação, o que pode acarretar custos operacionais e aumentar temporariamente o risco de falhas. O Banco Central enfatiza a importância do diálogo com o mercado para garantir que qualquer alteração normativa seja segura e compatível com a realidade das instituições. As contribuições para a consulta pública podem ser enviadas até 30 de dezembro de 2025, pelo site do Banco Central ou pelo portal Participa + Brasil.

🔴 GOTA D’ÁGUA

A proposta de redução dos prazos de liquidação financeira no Brasil levanta preocupações sobre a capacidade do sistema financeiro em lidar com mudanças rápidas. A urgência reside na necessidade de garantir que a transição para prazos mais curtos não comprometa a segurança das operações e a estabilidade do mercado. A falta de um diálogo efetivo com os participantes do mercado pode resultar em riscos adicionais, afetando a confiança nas instituições financeiras e a proteção dos investidores.

⚠️ INÉRCIA

Se nada mudar, o Brasil pode ficar para trás em relação a outras jurisdições que já adotaram prazos de liquidação mais curtos, o que pode prejudicar a competitividade do mercado financeiro brasileiro. Isso afetaria não apenas as instituições financeiras, mas também investidores e consumidores, que poderiam enfrentar custos mais altos e menos eficiência nas transações. A manutenção do status quo pode perpetuar desigualdades no acesso ao mercado e limitar o crescimento econômico.

💡 CAMINHOS

Para garantir uma transição segura e eficiente, é fundamental que o Banco Central promova um diálogo amplo com todos os stakeholders do mercado financeiro. A implementação de tecnologias que aumentem a eficiência dos processos de pós-negociação, como blockchain e sistemas de compensação mais ágeis, pode ser uma solução viável. Além disso, a criação de um cronograma de implementação gradual, com testes e avaliações contínuas, pode ajudar a mitigar riscos e garantir a segurança das operações financeiras.

Fonte:Bacen Notícias
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