Alta de 28,6% nas exportações para a China compensa tarifaço americano

O avanço das exportações brasileiras para a China compensou a queda causada pelo tarifaço americano, iniciado em agosto, com sobretaxa de até 50% sobre as vendas brasileiras para os Estados Unidos.

De agosto a novembro, o valor das exportações para a China cresceu 28,6% em relação ao mesmo período de 2024, ao passo que o das destinadas aos Estados Unidos recuou 25,1%.

Notícias relacionadas:Tarifaço continua a afetar 22% das exportações, diz Alckmin.STF forma maioria para tornar Eduardo Bolsonaro réu no tarifaço .CMN amplia acesso a crédito a empresas afetadas por tarifaço dos EUA.Comportamento parecido é observado em relação ao volume das vendas externas. Quando o destino são os portos e aeroportos chineses, a expansão chega a 30%. Já para os Estados Unidos, queda de 23,5%. 

O que diferencia o comportamento dos valores e dos volumes é o preço dos produtos exportados.

Os dados fazem parte do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O estudo é uma análise dos dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

A China é o principal parceiro comercial do Brasil, à frente dos Estados Unidos. De acordo com o Icomex, a participação da China, que recebe cerca de 30% das exportações brasileiras, contribuiu para compensar a queda das vendas para os Estados Unidos.

“[O presidente americano Donald] Trump superestimou a capacidade dos Estados Unidos em provocar danos gerais às exportações brasileiras”, afirma o relatório.

Setores impactados

Os setores que tiveram os maiores tombos na exportação para os Estados Unidos no período de agosto a novembro foram:

Extração de minerais não-metálicos: -72,9%
Fabricação de bebidas: -65,7%
Fabricação de produtos do fumo: -65,7%
Extração de minerais metálicos: -65,3%
Produção florestal: -60,2%
Fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos: -51,2%
Fabricação de produtos de madeira: -49,4%

Comportamento anual

A pesquisa da FGV nota que o volume de vendas para os Estados Unidos cresceu seguidamente de abril a julho, sempre que a comparação é com o mesmo mês de 2024. No entanto, com a entrada em vigor do tarifaço, se seguiram quatro meses de retração.

Variação no volume de exportação para os Estados Unidos em 2025, na comparação com o mesmo mês de 2024:

Abril: +13,3%
Maio: +9%
Junho: +8,5%
Julho: +6,7%
Agosto: -12,7

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