A seca severa que afeta a Amazônia desde 2023 tem impactado profundamente o Sairé, uma celebração popular de Alter do Chão, em Santarém (PA). Elementos essenciais para a festa, como a palha da piaçabeira e a murta, estão se tornando escassos, refletindo os efeitos da crise climática sobre as tradições enraizadas na região. Elinaldo Santos, conhecido como Naldo, um indígena Borari e mordomo da festa, expressa sua preocupação com a dificuldade de encontrar a murta, que simboliza a conexão do povo com a floresta. O Sairé, que remonta a celebrações milenares para os indígenas Borari e é realizado há cerca de três séculos, combina rituais indígenas, católicos e afro-amazônicos. A festa, que se estende por cinco dias, é marcada por um rito religioso e um festival cultural que inclui competições de música e dança. No entanto, a escassez de recursos naturais ameaça não apenas a realização do evento, mas também a preservação de uma rica herança cultural que depende da floresta e de seus elementos naturais.
Fonte:Repórter Brasil