Com inflação em queda, IFI prevê melhora da economia se houver controle de gastos

O último Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de 2025 mostra que o crescimento econômico brasileiro deve perder força nos próximos anos, mas a inflação controlada e uma melhora gradual no esforço fiscal do governo podem trazer alívio para a economia, para as contas públicas e para a população. De acordo com a Instituição Fiscal Independente (IFI), o país deve crescer 2,3% em 2025 e 1,7% em 2026. 
Entre 2027 e 2035, a projeção é de crescimento médio de 2,2% ao ano. O ritmo moderado pode reduzir a velocidade da geração de empregos e do aumento da renda. No entanto, o documento mostra que a inflação vem diminuindo, com previsão de o índice de preços (IPCA) fechar 2025 em 4,3%, caindo para 3,9% em 2026 e podendo chegar a 3% no ano seguinte. 
Para a população, isso pode representar aumento menor nos preços de medicamentos, mensalidade escolar, material didático, transporte e alimentação, além de aliviar custos para estados e municípios na manutenção de hospitais, escolas e unidades policiais, por exemplo.
Juros e inflação
Segundo a IFI, a política de juros altos do Banco Central tem ajudado a conter a inflação, embora limite o crescimento econômico no curto prazo. Com a inflação mais controlada, o relatório avalia que haverá espaço para a redução gradual da taxa básica de juros, a Selic, nos próximos meses. Juros menores podem baratear financiamentos para famílias, empresas e obras públicas, como a construção ou reforma de hospitais, creches, escolas e unidades de segurança.
Gastos e déficit 
Com 55 páginas, o RAF 107 também chama a atenção para o crescimento das despesas obrigatórias, que pressiona a dívida pública e reduz a margem de manobra do governo. Para o diretor-executivo da IFI, Marcus Pestana, o desafio é avançar gradualmente. 
“Os dados revelam a necessidade de um ajuste fiscal consistente, capaz de garantir equilíbrio das contas públicas e crescimento sustentável”, afirma o diretor no documento.
A IFI projeta que o governo federal continuará gastando mais do que arrecada no curto prazo. Para 2026, a estimativa é de déficit primário de R$ 90,6 bilhões negativos. O cenário limita o espaço no orçamento público para investimentos, mas o relatório destaca que o aumento de receitas previsto para o próximo ano pode ajudar no cumprimento das metas fiscais.
Segundo a IFI, com inflação sob controle, juros em trajetória de queda e medidas fiscais mais previsíveis, o país poderá criar condições para melhorar os serviços públicos e fortalecer o crescimento e

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