Países não deveriam explorar petróleo em áreas sensíveis, diz relatora da ONU

DE BELÉM (PA) — A relatora da ONU para mudanças climáticas e direitos humanos, Elisa Morgera, criticou em entrevista à Repórter Brasil a recente aprovação do governo brasileiro para que a Petrobras perfure um poço de petróleo na Margem Equatorial, região que inclui a foz do rio Amazonas.

“Nenhum país deveria permitir a expansão de combustíveis fósseis em áreas ecologicamente sensíveis”, afirmou Morgera em coletiva na última quinta-feira (20), na COP30, em Belém. “É uma contradição óbvia e profunda”, disse.

A contradição é uma referência ao esforço do governo brasileiro em tentar aprovar durante a COP um compromisso para redução do consumo de combustíveis fósseis. A conferência terminou no último sábado (22) com a aprovação de 29 documentos, todos por consenso. Mas nenhum deles menciona petróleo, gás e carvão, principais responsáveis pelo aquecimento global.

Em seu relatório mais recente, a especialista da ONU (Organização das Nações Unidas) detalha os impactos dos combustíveis fósseis sobre o clima e os direitos humanos, “incluindo o direito à vida, autodeterminação, saúde, alimentação, água, moradia, educação, trabalho e cultura”. 

“Esses projetos, especialmente na Amazônia, já representam por si só um retrocesso em direitos humanos e isso não é aceitável”, afirmou Morgera.

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