CPI: diretor diz que mudança em projeto antifacção enfraquece Polícia Federal

O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, criticou nesta terça-feira (18) mudanças propostas pelos deputados no projeto de lei contra as facções criminosas, encaminhado pelo governo à Câmara. Segundo Rodrigues, as alterações sugeridas pelo relator da matéria, deputado Guilherme Derrite (PP-SP), retiram recursos da Polícia Federal. O diretor-geral participou de audiência pública da CPI do Crime Organizado.
— Tenho certeza de que o Parlamento vai se debruçar sobe isso e encontrar uma solução. Estamos falando de descapitalizar o crime organizado. Não podemos fazer uma proposta que descapitalize a Polícia Federal. Isso traria um prejuízo, uma redução de recursos quando a gente busca o contrário: a ampliação do orçamento da Polícia Federal — disse Andrei Rodrigues.
Segundo o diretor-geral, a última versão do relatório de Guilherme Derrite retira recursos de três fundos que financiam o combate ao crime. São eles o Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-Fim da Polícia Federal (Funapol), o Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) e o Fundo Nacional Antidrogas (Funad).
O projeto de lei (PL) 5.582/2025 foi proposto pelo Poder Executivo no início de novembro, após a operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha. Entre outras medidas, o texto original — conhecido como projeto antifacção — propõe a tipificação de organização criminosa qualificada e o reforço de mecanismos de repressão nas esferas penal, cível e administrativa.
Cooperação
Durante a reunião da CPI, Andrei Rodrigues defendeu a aprovação da proposta de Emenda à Constituição (PEC) 18/2025, conhecida como PEC da Segurança Pública. O texto, também proposto pelo Poder Executivo, prevê a ação coordenada entre a Polícia Federal e as polícias militares e civis dos estados.
— Queremos que todas as polícias façam tantas operações quantas forem necessárias, assim como nós fazemos. A PEC vai permitir uma coordenação maior e uma responsabilidade maior da União nesse enfrentamento. Hoje já atuamos com coordenação e cooperação com os estados. Mas penso que há oportunidade de melhoria tanto na PEC quanto no projeto antifacção — disse.
Andrei Rodrigues criticou o “maniqueísmo” no debate sofre o enfrentamento ao crime organizado.
— Ele tem que ser enfrentado com descapitalização, tirando poder econômico e tirando lideranças de circulação. Precisamos acabar com esse maniqueísmo de que a atividade de inteligência e a investigação se con

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