Em igreja na Penha, fiéis rezam por paz e proteção em semana de horror

No bairro da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, fiéis foram à Paróquia Bom Jesus da Penha para rezar pelos entes queridos neste Dia de Finados. As orações se estenderam também às famílias dos 121 mortos na Operação Contenção, realizada em favelas vizinhas na última terça-feira (28) e considerada a maior e mais letal do Rio de Janeiro.

“Todos que vêm, sejam mães, familiares, amigos, nesse momento de dor, nós temos acolhido, rezado e intercedido por essas pessoas”, diz o padre Marcos Vinícius Aleixo, que celebrou missa neste domingo (2).

Notícias relacionadas:Fim de semana do Dia de Finados deve levar 600 mil a cemitérios do DF.Sob facções e operações, população de favelas vive traumas e adoece.Últimos corpos de pessoas assassinadas em operação no Rio deixam o IML.Segundo ele, as pessoas estão com medo e até mesmo a frequência nas missas diminuiu. “A insegurança reina no bairro por conta disso. Muitas pessoas ficam com medo de sair de casa, com medo de vir até a missa”, diz.  

“O tiro, o barulho, isso tudo traz traumas, traz crise de ansiedade, traz medo às pessoas que lá dentro moram, que são pessoas de bem e que estão ali lutando para viver, muitas vezes, porque não tem outra oportunidade de sair dali, mas são pessoas de bem, são pessoas que honestamente trabalham e têm a sua vivência diária”, acrescenta o padre.

 

O padre Marcos Vinícius Aleixo celebra missa em seu ultimo dia na Paróquia Bom Jesus da Penha. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

A igreja fica a um quilômetro (Km) da Praça São Lucas, onde foram reunidos corpos retirados de uma área mata entre os complexos do Alemão e da Penha na madrugada depois da operação policial. Segundo a Secretaria de Pública do Rio de Janeiro, 121 pessoas foram mortas, dentre elas, quatro policiais e 117 civis. A operação cumpriu 20 dos 100 mandados de prisão emitidos pela justiça e incluía também 180 mandados de busca e apreensão. Outras 93 pessoas foram presas em flagrante. O alvo da operação era o Comando Vermelho, que controla o território.

Entre o crime organizado e operações policiais, a população se vê encurralada, de acordo com uma moradora do bairro, que não quis se identificar. “A gente não tem sossego. [A operação] Afeta. Claro que afeta, principalmente porque você tá encurralada”, diz.

No dia a dia, ela diz que tem dificuldades para ir e vir por conta do crime organizado. “Atrapalha até as ruas, as pessoas não podem passar. Ficam cobrando até pedágio. Isso não existe,

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