Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados
Alberto Fraga: os líderes de facções dos estados estão fugindo para o Rio de Janeiro
Em discursos no Plenário, deputados comentaram nesta terça-feira (28) a megaoperação das forças de segurança pública do Rio de Janeiro contra a facção criminosa Comando Vermelho. O número de mortos na ação já passa de 60, entre policiais e civis, na operação que é considerada a mais letal da história da cidade.
O deputado Luiz Lima (Novo-RJ) criticou o que chamou de inoperância do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, diante da situação. “O Rio de Janeiro está em guerra! Há barricadas, 70% do território foi ocupado e drones lançam bombas sobre policiais! É cena de guerra!”, criticou.
Houve uma disputa de falas entre parlamentares sobre solicitação de ajuda do governo do estado ao governo federal. Deputados da oposição replicaram fala do governador fluminense, Cláudio Castro, que disse que o estado estava sozinho na ação. Já parlamentares da base governista usaram dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública para destacar que o governo federal tem atendido prontamente a todos os pedidos para emprego da Força Nacional.
Para o deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), vice-líder da oposição, o governo Lula abandonou o Rio de Janeiro. “Na operação de hoje, não forneceu nada, zero: nem inteligência, nem homens. Não houve nenhum aparato do governo federal em uma das maiores operações contra o crime organizado do estado do Rio de Janeiro”, afirmou.
Cabo Gilberto Silva também citou fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na última sexta-feira (24) de que traficantes seriam “vítimas dos usuários”. O presidente, posteriormente, se retratou pela frase.
Letalidade
A líder do Psol, deputada Talíria Petrone (RJ), criticou a letalidade da ação policial e ressaltou que o governador Cláudio Castro não solicitou ajuda ao governo federal. O próprio governador afirmou que não havia pedido ajuda federal porque pedidos anteriores teriam sido negados. “Há a naturalização da morte, a banalização da morte, a ideia de que a vida daquele policial não vale, por isso ele pode ser jogado ali na ponta. Há o blindado que atira para a favela, o drone do criminoso jogando bomba, e o policial está ali, um trabalhador jogado para morrer”, criticou.
Segundo a deputada, o governo local está “enxugando sangue”, apontando unicamente na lógica do confronto. “Há uma lógica racista, violenta, ineficaz e incompetente, que é expressa pelo governador
