NA FAZENDA FLORESTA, em Heliodora, no Sul de Minas Gerais, 20 trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em agosto de 2021. Novas evidências obtidas pela Repórter Brasil apontam, no entanto, que mesmo após o flagrante de trabalho escravo a propriedade continuou certificada pela C.A.F.E Practices, o programa de verificação de boas práticas da rede de cafeterias Starbucks.
Esta é a primeira vez que vem a público evidências de que o selo da Starbucks foi mantido para uma fazenda brasileira após um flagrante de trabalho escravo. O caso é detalhado no relatório “STARBUCKS: novos casos de escravidão envolvendo fornecedores de café da multinacional”, publicado nesta segunda-feira (27) pela Repórter Brasil.
As vítimas na Fazenda Floresta sofriam descontos ilegais nos salários e dormiam em alojamentos sem forro e com frestas nas paredes, segundo o relatório da fiscalização conduzida por auditores do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego). Um dos dormitórios destinados ao grupo ficava ao lado de uma área com esgoto à céu aberto, de acordo com o mesmo documento, que classificou como degradantes as condições impostas à mão de obra.
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Pelo caso, o dono da Fazenda Floresta, o produtor Guilherme Sodré Alckmin Júnior, foi incluído em abril de 2023 na Lista Suja do trabalho escravo, cadastro divulgado pelo governo federal que lista o nome dos empregadores responsabilizados pela prática. A inclusão ocorre após direito à defesa em duas instâncias na esfera administrativa do MTE.
Trabalhadores resgatados na Fazenda Floresta relataram que equipamentos de proteção individual, como luvas e botas, não eram fornecidos gratuitamente. Foto: (Arquivo/ADERE)
Mesmo após sua entrada na Lista Suja, no entanto, a propriedade continuou com a certificação C.A.F.E. Practices. É o que alega o produtor em uma notificação extrajudicial de outubro de 2023, obtida em agosto dest
